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PCP rejeita saudação pelos 20 anos da queda do muro

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PCP rejeita saudação pelos 20 anos da queda do muro Empty PCP rejeita saudação pelos 20 anos da queda do muro

Mensagem por FreezingMoon Qua 11 Nov 2009, 16:43

O PCP rejeitou hoje os votos de congratulação e saudação pelos 20 anos da queda do Muro de Berlim apresentados na Assembleia da República, considerando que da parte de alguns partidos há uma "gigantesca tentativa" de "reescrita da História".

Nas iniciativas dos partidos a propósito do vigésimo aniversário da queda do Muro de Berlim, os votos de congratulação do CDS-PP e do PSD foram aprovados, apesar de terem tido votações contra do BE, PCP e PEV.

O voto de saudação dos bloquistas foi rejeitado, contando com o apoio do PEV e a abstenção do PSD, e o do PS aprovado, com os votos contra de PCP e PEV e a abstenção do BE.

O tema motivou uma troca de argumentos entre o líder parlamentar comunista, Bernardino Soares, e o deputado do CDS Ribeiro e Castro, depois de o centrista ter, na sua intervenção, manifestado a intenção de oferecer à nova deputada do PCP Rita Rato o livro "O Arquipélago do Gulag", de Alexander Soljenitsin -- que esta afirmou não ter lido, numa entrevista recente.

"Guarde o livro para a sua bancada porque já sabemos que o Soljenitsin é muito popular na bancada do CDS, mesmo sendo ele o homem que defendeu a invasão de Portugal por potências estrangeiras a seguir ao 25 de Abril e que apoiou o golpe de Pinochet no Chile", atirou Bernardino Soares.

O comunista considerou que "o triunfalismo comemorativo dos últimos dias, mais do que o facto histórico que se verificou há 20 anos, visa reescrever a História e tentar decretar para o presente e para o futuro a vitória definitiva do sistema capitalista como se do fim da História se tratasse"

"O que foi derrotado não foram os ideais e o projecto comunistas, mas o modelo historicamente configurado, que se afastou e entrou mesmo em contradição com características fundamentais de uma sociedade socialista, sempre proclamadas pelos comunistas, onde são indispensáveis a democracia política e a liberdade (...) o PCP rejeita por isso o teor dos votos em análise, registando diferenças substanciais entre eles, em especial os que fingem ignorar os muros reais que hoje existem contra a liberdade e a dignidade", sustentou.

Pedindo a defesa da honra, Ribeiro e Castro disse não fazer a mesma oferta [do livro] a Bernardino Soares: "Parece que o seu problema é outro, enquanto a deputada Rita Rato, acredito, não leu e não estudou, o senhor deputado leu, estudou e está de acordo com o que Soljenitsin denunciou".

Na sua vez, o comunista assinalou que o grupo parlamentar centrista "propôs aqui um voto a propósito da morte de Alexander Soljenitsin e obrigou a Assembleia da Republica, com a conivência do PS e do PSD, a aprovar um voto congratulando-se e louvando uma pessoa que defendeu a invasão" de Portugal.

Do lado do PSD, José Luís Arnaut Arnaut assinalou a queda do muro "um dos momentos mais marcantes de toda a luta contra o totalitarismo" e o fim de um "regime político que falhou em toda a linha".

"O seu derrube é sempre simbolicamente identificado como final da separação em dois blocos da Europa e o reencontro da Europa consigo mesma e com os valores que a identificam", acrescentou.

Vera Jardim, do PS registou o que considerou ter sido a "vitória do povo alemão" e a derrota de um "regime criado numa ordem autocrática, incapaz de se reformar e perceber os anseios do povo".

O BE, pela voz da deputada Catarina Martins, manifestou a "alegria e esperança pela queda do Muro de Berlim", sublinhando contudo os "muitos novos muros se ergueram desde então".

"Foi o acontecimento que registou o fim de um regime criticado pela sua população e que comemoramos com empenho, o BE saúda esse movimento social que resgatou as grandes tradições democráticas da Alemanha, da luta anti-fascita em que pereceram tantas mulheres e homens, da memoria de quem lutou pela liberdade", referiu a bloquista.

O PEV criticou o PSD e o CDS, considerando "aflitivo a forma como ignoram outros muros, não só de pedra, outros muros que limitam liberdades, violam direitos humanos".

"Não entramos nessa forma única de ver as coisas", vincou.
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