Associação da GNR alerta para falta de radares

A
associação de profissionais da guarda alega que a Unidade de Controlo
Costeiro não tem os meios esperados para a missão destinada.
O
presidente da Associação de Profissionais da Guarda (APG/ /GNR), José
Manageiro, entende que o atraso no concurso para a compra de novos
radares de vigilância "pode pôr em causa a existência da própria
Unidade de Controlo Costeiro (UCC), criada recentemente "com a missão
específica de combate à grande criminalidade". Estes equipamentos
servem para detectar embarcações pequenas, a 30 quilómetros, usadas
normalmente por traficantes, terroristas e contrabandistas.Conforme
noticiou ontem o DN, este concurso, que decorre há dois anos, conduzido
pelo secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, José
Magalhães, tem falhado vários prazos. A adjudicação daquele que vai ser
um moderno Sistema Integrado de Vigilância, Comando e Controlo (SIVICC)
da costa portuguesa ainda não foi feita. Entretanto, a maior parte dos
"velhos" radares de vigilância da costa estão quase todos
inoperacionais (cinco de sete).Os novos radares, que começam a
ser instalados no Algarve este Verão, só estarão todos no terreno, a
nível nacional, dentro de cerca de dois anos."A tutela está a
frustrar as expectativas criadas aos profissionais da GNR. Além das
consequências muito graves para a segurança nacional, criou uma nova
unidade e obriga-a a trabalhar com meios obsoletos que não servem à
exigência pretendida a sua missão", sublinha Manageiro.A tutela
encaminhou para a GNR a resposta à notícia do DN. O porta-voz
limitou-se a confirmar o que tinha dito ao jornal: "A vigilância está a
ser assegurada com recurso a câmaras portáteis, tipo binóculos". O
problema é que estes "binóculos" não vêem a mais de quatro quilómetros
e uma lancha vista a essa distância demora escassos minutos a atingir a
praia. O coronel Costa Lima não nega que a vigilância não esteja
a 100%, mas defende o "profissionalismo e a qualidade humana dos
militares da GNR os quais, apesar das dificuldades, têm conseguido bons
resultados quer na pesca ilegal quer na intercepção de traficantes de
droga". As avarias dos antigos radares complicaram-se desde que
a GNR, na expectativa da compra a breve prazo do SIVICC, não renovou o
seu contrato de manutenção. Desde Dezembro de 2008 que os radares
começaram a parar. A Unidade de Controlo Costeiro tem cerca de
700 militares os quais, segundo José Manageiro, "acabam por estar
subaproveitados em missões foram da sua missão, como operações stop ou
controlo fiscal, provocando uma enorme frustração na luta contra a
criminalidade mais grave".